Companhias aéreas enfrentam declínio rápido de reservas de caixa (Foto: Reprodução)
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Segundo a mais recente análise publicada pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA – International Air Transport Association), as companhias aéreas podem gastar US$ 61 bilhões de suas reservas de caixa durante o segundo trimestre que se encerra em 30 de junho de 2020 e devem registrar perda líquida trimestral de US$ 39 bilhões.

Esta análise é baseada na avaliação de impacto elaborada pela IATA e divulgada na semana passada, em um cenário com rigorosas restrições de viagens impostas por um período de três meses. Neste cenário, a demanda do ano inteiro deve cair 38%, com redução de US$ 252 bilhões nas receitas de passageiros em 2020 em relação a 2019 sendo a redução da demanda ainda maior no segundo trimestre, chegando a 71%.

O impacto será grave, causado pelos seguintes fatores:

  • As receitas devem ter queda de 68%, abaixo da queda esperada de 71% na demanda devido à continuidade das operações de carga, mesmo com níveis reduzidos de atividade.
  • Os custos variáveis devem ter queda acentuada, de aproximadamente 70% no segundo trimestre, alinhada à redução esperada de 65% na capacidade do segundo trimestre. O preço do combustível de aviação também caiu consideravelmente, mas calculamos que a cobertura (hedge) de combustível limitará o benefício a um declínio de 31%.
  • Os custos fixos e semifixos representam quase metade dos custos de uma companhia aérea. Esperamos que os custos semifixos (incluindo os custos com a tripulação) tenham redução de um terço. As companhias aéreas estão cortando o que podem, enquanto tentam manter sua força de trabalho e os negócios para a recuperação futura.

Essas mudanças nas receitas e custos resultam em perda líquida estimada de US$ 39 bilhões no segundo trimestre.

Além dos custos inevitáveis, as companhias aéreas enfrentam a questão de reembolsos de passagens vendidas mas não utilizadas, devido ao grande número de cancelamentos por causa das restrições de viagens impostas pelos governos. O valor colossal do passivo do segundo trimestre é de US$ 35 bilhões. As reservas de caixa serão usadas com muita rapidez. Segundo a nossa estimativa, as companhias aéreas podem usar US$ 61 bilhões de caixa no segundo trimestre.

“As companhias aéreas não podem cortar custos com rapidez suficiente para superar o impacto desta crise. Esperamos um prejuízo líquido devastador de US$ 39 bilhões no segundo trimestre. O impacto disso nas reservas de caixa será ainda maior com o passivo de US$ 35 bilhões referente a possíveis reembolsos de passagens. Sem ajuda, as reservas de caixa do setor podem ter queda de US$ 61 bilhões no segundo trimestre”, disse Alexandre de Juniac, diretor geral e CEO da IATA.

Vários governos estão respondendo de forma positiva à necessidade de medidas de ajuda ao setor. Brasil, Colômbia, Estados Unidos, Cingapura, Austrália, China, Nova Zelândia e Noruega são alguns dos países com pacotes específicos de ajuda financeira ou regulatória para o setor. Mais recentemente, Canadá, Colômbia e Holanda afrouxaram os regulamentos para permitir que as companhias aéreas ofereçam vouchers aos passageiros no lugar de reembolsos.

“As viagens e o turismo estão paralisados, em uma situação extraordinária e sem precedentes. As companhias aéreas precisam de capital de giro para manter seus negócios com extrema volatilidade. Canadá, Colômbia e Holanda estão ajudando a promover a estabilidade do setor, permitindo que as companhias aéreas ofereçam vouchers no lugar de reembolsos em dinheiro. Isso garante um novo fôlego para que o setor continue operando e ajudará a manter a capacidade do setor de entrega de cargas fundamentais na situação atual e a conectividade no longo prazo que será importante a viajantes e economias na fase de recuperação”, disse Alexandre de Juniac.

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